Hoje vamos conversar em círculo e sentados na terra!
Nanã é uma entidade, Orixa, oriunda do Daomé.É uma Orixá pré-histórica. Existem antes do advento do ser humano.
Foi casada com Oxalá, o mais sábio e mais velho orixá. No entanto, Oxala indo ao mar se apaixonou por Yemanja, deusa do mar. Quem não se apaixona? Lembra do mneirinho: – êtá marzanhão!
Pois é oxalá ficou com Yemanja e teve filhos, ou seja, botou casa para ela. Lembra das amantes de casa posta?
Mas voltava sempre para Nanã Buruquê, amor antigo, mulher de valor: sabe como é……
Um dia Nanã, que não nasceu para ser a outra, a da música da Sueli Costa: “eu sou a outra”, se enjou disto e abandonou Oxalá e foi viver sozinha em suas terras, os pântanos.
Acho que foi ela que criou o ditado: “antes só, que mal acompanhada”
E lá ficou forte e cuidando do que lhe era o dever. Esperando que os seres humanos voltassem ao estado de lama, após a morte.
Nanã é a senhora da Morte, por isso muito temida no Candomblé. ou melhor, respeitada.
Aliás, vamos falar do Candomblé.
É o cúmulo da superficialidade e ignorância ,e porque não dizer da bossalidade, afirmar que a Igreja católica benzendo canhões ou santificando cruzados para matarem árabes representa Jesus Cristo. Bem como as igrejas pentecostais que prometem sucesso finaceiro e material não podem ser consideradas igrejas de Jesus Cristo.
Claro que “trazer marido de volta, liberar fundo de garantia ou arranjar emprego” não é o que o Canbomblé garante.
O Candomblé religião africana,além de religião é uma filosofia de vida. Seus ensinamentos pretendem capacitar os homens para uma vida mais ligada a natureza e ao bem estar das comunidades.
Pai Agenor, (Agenor de Miranda Rocha) o maior jogador de búzios (oráculo africano), enquanto encarnado, era um intelectual eclético, que por mais de 47 anos foi professor de português e matemática do Colégio Pedro II, além de cantor lírico e de fados, poeta, escritor, pianista e estimulador da arte. Ele nasceu em Angola, filho de país portugueses (ele diplomata, ela cantora lírica), era branco, de olhos azuis, e conhecia profundamente a religião africana, a história dos orixás e as ligações com outras religiões. Com a família já morando em Salvador, Mãe Aninha, fundadora do Axé Opô Afonjá, designou o menino Agenor para escolher pelo jogo do Ifá (búzios) as herdeiras do axé, entre elas, Mãe Senhora, Mãe Menininha e Mãe Creuza .Ele Tinha o título de “Homem que Vê”, não só pelo domínio do Ifá, mas também pela grande vidência e sensibilidade, sendo considerado o “grande babalaô da tradição nagô” e o “pai dos babalorixás”.
Bem Pai Agenor dizia que a maneira mais eficaz de se fazer um “santo na cabeça de alguém era contar uma lenda sobre o santo”.
Sei que isto pode gerar controvésias entre o povo de aché e entre os iniciados em Medicina Tradicional Chinesa, por isso quiz apresentar um pouco do currículo de Pai Agenor.
Bem com licença de minha mãe, Nanã Buruquê, vou tentar fazer ela em suas cabeças:
QUEM AVISE AMIGO É, SE NAÕ QUER, PARE DE LER AGORA ESTE TEXTO!!!
Saluba Nanã Buruque!
Nanã Buruque, a mais antiga Orixá feminina, era casada com Oxalá, o mais antigo Orixá masculino.
Um dia Oxalá recebeu de Orumilá, o Deus criador – em yorubá: aquele que não tem nome, a tarefa de criar um corpo para os seres que iam ser criados, os humanos. Oxalá priemiro fêz os humanos de ar, como ele era formado. Não deu certo: o homem se dissipou; Oxalá tentou fazer de madeira, o homem ficou muito duro e não prestou; mais uma vez Oxalá tentou fazer de fogo, o homem se consumiu.
Oxalá deseperado tentou de tudo, sério como é precisava atender a ordem de Orumilá.
Nanã Buruque, que o amava muito, chamou Oxalá e deu a ele a Lama de seus Pântanos e dela Oxalá fêz os humanos.
Orumilá gostou e deu o sopro de vida aos homens e mulheres.por isso os humanos são formados da terra e de terra (Baço-Pâncreas). E na hora da morte voltaram a terra. (o YIN volta a terra- ele é pesado, duro e material). E o sopro de vida dado por Orumilá volta para o Ceú (para os chineses volta para o reservatório celestial de YANG).
Por isso Nanã Buruque é a Senhora da Vida e da Morte.
E o Baço-Pâncreas é a sede da produção e manutenção da materialidade corporal e responsável pela ligação do YIN com o YANG.
Sem a ação do Baço-Pâncreas o CHI desce e os órgãos “caem”.
Aquelas mulheres com útero caido, por exemplo, após muitas gravidezes, consumiram muito seu YIN (lama) movimento terra. E sem seu perfeito equilíbrio o YANG (sentimentos e emoções) não consegue se ligar ao YIN corporal.
O Baço-Pâncreas é fundamental para que a vida continue e bem. Bem como Nanã Buruquê apaziguada é fundamental para que a vida continue a fluir.
Quanto ao Baço-Pâncreas como amarelo e sabor doce e reflita e medite. E quanto a Nanã Buruquê coma legumes que venham da terra raízes: inhame, aipim, cenoura, abóbora madura (nasce rasteirinha na terra e é alaranjada) e batata doce. Cozinhe tudo numa panela de barro e .depois de cozidos parta com a mãos e coma num pote de barro com uma colher de pau.
Nanã não gosta de metais, por conta de uma briga com Ogum, senhor dos metais, bem isso é outra história, fica para a próxima.
E não esqueça de dizer antes de comer; Saluba Nanã Buruquê!
As raízes de Nanã Buruquê, vem da terra e são amarelas, farão também bem ao Baço-Pâncreas.
Voltando ao Baço-Pâncreas ele é responsável pela memória e na velhice o consumo natural do nosso YIN irá enfraquecer nossa memória. Por isso o pouco que for sobrando deve ser usado com parcimônia e critérios. É uma sandice desperdiçar com coisas sem valor, tais como moda e beleza física. Esqueça sua aparência de jovem, como dizia Nelson Rodrigues: envelheçam!
Não busque os seus retratos antigos para analizar sua “decadência física”. Gaste a memória para lembrar das coisas boas que experimentou, ouviu e viveu. E tente reproduzi-las agora, conforme seu momento atual.
Só vai conseguir se meditar, jogando fora o lixo que a mídia lhe oferece.
Quanto a sua cabeça: já tem Nanã, voce ouviu uma das lendas sobre esta nobre senhora.Ficará aí para sempre!
Ser uma mulher forte, decidida e independente de homens é coisa muito boa. mesmo que continuemos amando eles.
Saluba Nanâ Buruquê.
Vamos todos comer doce de abóbora madura