“Nada está no intelecto sem antes ter passado pelos sentidos”, dizia o filósofo, me desculpem, Aristóteles o grego.
Ora, então não há espaço para emanações do externo chegando a minha razão ou pensar.
1ª) O que fazer como as intuições ou premonições?
2ª) E as modificações em meu pensar que não passaram pelos meus sentidos?
Vamos discutir, com carinho e cuidado, estas duas questões.
Vai pensando aí e aguarde o que tenho dizer.
Retomando a conversa: Jaques Lacan, psicanalista francês, discutiu também o real.
Que real?
Diz ele, “o real é impossível”.
No seminário Avesso, liquida com qualquer ilusão de uma realidade pré-discursiva, continua dizendo.
(http://www.tempofreudiano.com.br/index.php/sobre-o-seminario-no-tempo-freudiano/)
Segundo o francês em causa, só teríamos a possibilidade de viver a “falta”, a falta do real. Ficaríamos reduzidos a conhecer num grande Outro e nos outros que nos cercam o que nos falta.
Está estabelecido por Lacan e seus seguidores, conscientes ou inconscientes, a necessidade de um outro para suportar nossa angústia de viver fora do real.
Precisamos de Deus, o grande Outro, ou de outros para ter um mínimo de certeza sobre a vida e principalmente sobre nossa vida.
Com a necessária desmoralização, ao avanço do capitalismo financeiro, das religiões formais e seculares ficamos novamente atormentados sobre a certeza do real inalcançável.
No “novo deserto de sofrimento e angústias do mundo atual” surge a possibilidade dos ridículos Bezerros de Ouro serem adorados, como o foram antigamente no Sinai. Eles estão aí para serem abusados e usados à barbana. Facebook, com suas verdades científicas (kkkkkk), religiões pentecostais, e a salvação financeira terrena, os arremedos de filosofia orientais e suas práticas modernas, as novas leituras do Corão, e o que mais se possa inventar para mitigar o sofrimento da solidão individual e moderna.
A lista de novas fórmulas da busca do real seria infindável.
Por outro lado, se acreditamos que Lacan e outros tantos tem razão ao afirmarem que qualquer realidade pré-discursiva é ilusão, está fechado o cerco.
Não hã possibilidade de um Grande Outro e Deus está morto. Morto mesmo, mas não de morte matada e sim natimorto.
Vamos viver a eterna solidão humana, sem possibilidade de transcendência do cotidiano e do banal.
Só nos resta, como lenitivo, a busca desenfreada e louca pelo gozo orgânico e material.
O capitalismo financeiro agradece este servicinho do discurso intelectual dominante.
Mas e daí, o que tem haver a Medicina Tradicional Chinesa com isto tudo?
Sem modéstia, coisa de cínicos e falsos, (Teresa D´Avila nos dizia brilhantemente; humildade é a verdade…e acrescento eu: a verdade de cada um) a M.T. Ch. afirma que somos criados na concepção pela junção do Yin da mãe, do Yin do pai, do Yang da mãe, do Yang do pai e de um Yang reencarnatório.
Chi, vai dar trocadilho, que papo é esse?
Reencarnação, tenho em mim algo pré-existente a minha formação?
Sim temos mesmo!
Logo existe um real e ele também me compõe!
Desculpem-me os lacanianos, cientistas e facebuqueiros, se suportarem e tiverem alguma curiosidade científica e não preconceituosa venham para a rinha, vai começar a luta,aqui é claro, fora daqui ela vem sendo travada a séculos ou milênios.
Ah! Quase esqueço de cutucar o Aristóteles e seus seguidores católicos ou não: tem sim algo em minha razão que não passou pelos meus sentidos, o Yang reencarnatório
Agradeço sua atenção em vir até está frase, se vamos seguir em frente?
É só mais uma incerteza da vida, com diz Mia Couto,a mim apresentado por um artista plástica, Maria Amélia.
Fica a provocação para aprofundarmos este solene papo!
Até mais……ou não.